Nova Iguaçu, uma cidade de quase 1 milhão de habitantes e que produz cerca 2 mil toneladas de lixo por dia, metade dele domiciliar, precisa de planejamento bem feito para que haja um sistema eficiente de coleta, de logística e destinação final aos dejetos orgânicos e sólidos. A avaliação é de ambientalistas, representantes do setor público, da sociedade civil e do empresariado de Nova Iguaçu, que participaram neste sábado (3), da 4ª Conferência Municipal do Meio Ambiente.
O foco principal do encontro, aberto pelo prefeito Nelson Bornier, no auditório da Universidade de Nova Iguaçu (Unig), girou em torno do estabelecimento de políticas públicas voltadas para a questão dos resíduos sólidos. Foram debatidos pontos temáticos envolvendo produção e consumo sustentáveis, redução dos impactos ambientais, geração de emprego, trabalho e renda e educação ambiental.
Para Bornier, é a sociedade civil organizada que deve dar o rumo às ações de governo. “Estamos aqui para falar do meio ambiente, uma das questões mais importantes para o processo de desenvolvimento de nossa cidade”, disse, lembrando que o seu governo criou a subsecretaria dos Conselhos Municipais, exatamente para ampliar e fortalecer o diálogo entre o poder público e a sociedade.
Presidente da Conferência, o secretário municipal de Urbanismo, Habitação e Meio Ambiente, Giovanni Guidone revelou que o encontro serviu para troca de ideias. “Precisamos ouvir críticas e sugestões para que possamos incorporar todos os anseios da sociedade na política municipal voltada para o meio ambiente”, explicou.
Na avaliação de Guidone, governo e sociedade precisam realizar um trabalho forte, voltado para a questão dos resíduos orgânicos, da construção civil, dos produtos recicláveis, como plástico e alumínio e da chamada engenharia reversa, a exemplo dos pneus, lâmpadas e pilhas, que, segundo explicou, por serem demasiadamente agressivos ao meio ambiente, não podem ter exposição regular nos aterros sanitários.
“A gente quer encontrar meios que permitam reduzir os impactos causados pela exposição irregular desses resíduos, começando pela reciclagem e fazendo com que ele gere também trabalho, emprego e renda”, resumiu.
Gerente de Políticas Públicas da Entidade Ambientalista Onda Verde, Hélio Vanderlei defendeu “um planejamento estratégico” para a gestão dos resíduos sólidos da cidade. “Precisamos constituir um plano de gestão com a participação da sociedade, com educação ambiental, coleta eficiente e um sistema final interessante de tratamento de resíduos, de forma a que tenhamos rios e ruas limpas. E para isso é preciso planejar”, defendeu.
Para o ambientalista, é preciso formar consciência e cultura, não importando se o cidadão está na classe social A, B, C ou D. “Se você tem um sistema de coleta seletivo eficiente, que funciona, todo mundo participa, seja ele pobre, classe média ou rico”, afirma Helio Vanderlei.
Ainda de acordo com o representante da Onda Verde, a sociedade não pode conviver a vida inteira com aterros sanitários. “Precisamos de tecnologia, e isto tem que ser discutido publicamente, em conferência aberta e participativa”, orientou, defendendo a necessidade de debate e de propostas concretas.
“A gente tem que construir o diferencial na cidade, através do diálogo com o poder público, respeitando a sociedade civil, nas suas informações e no seu debate, bem como formulando políticas públicas, com dotação orçamentária bem planejada e executada para que haja uma sociedade verdadeiramente mais feliz”, sugeriu.
FONTE: Assessoria de Imprensa com foto de Alziro Xavier
Nenhum comentário:
Postar um comentário